6 de Abril… Um Domingo repleto de sol e calor que convidava a descobrir as cascatas do Thaiti, destino ansiado por mim há imenso tempo.
9:01h da manhã e já estavamos à espera do nosso fiel caminheiro atrasado J Catorze minutos mais tarde, reparamos num Clio a passar pelo ponto de encontro e a não parar. Em “perseguição”, lá nos encontramos na auto-estrada e rumamos a caminho da vila do Gerês.
Após alguns enganos, pelas 11h lá acabamos por estacionar os carros no largo da bonita igreja da aldeia da Ermida. Mochilas às costas, toca a decidir por que lado começar. As nossas referências eram vagas. Sabíamos apenas que as cascatas ficavam junto a uma ponte sobre o Rio Arado. Optamos por atravessar a pitoresca aldeia e seguir os caminhos florestais até à ponte das relvas. A determinado momento reparamos que o caminho que estávamos a seguir afastava-nos do objectivo pretendido. Regressamos então por parte do caminho já calcorreado e decidimos descer num verdadeiro corta-mato. Por mais que o belo caminheiro Pedro, tentasse com seus bastões abrir caminho, muito ficava para nós… claro que tinha de inaugurar este trilho com uma queda! E foi uma queda à Bibiana: glúteos estatelados no chão seguidos de deslizamento…só parei com umas silvas espetadas nos braços: um tipo de acupuntura floral J Depois de terminadas as gargalhadas, toca a levantar, sacudir as calças, remover os picos e continuar a caminhar! Barreiras ultrapassadas, chegamos ao fim desta “selva”, num caminho de terra batida, onde avistamos a suposta ponte de madeira. Percorremos cerca de 1km, com a melodia de quedas de água ao nosso lado e ao chegar a ponte de PEDRA, verificamos que não era por ali o trilho. Após uma pequena paragem para discutir a direcção e para umas belas fotografias, regressamos pelo mesmo caminho e por não conseguirmos vislumbrar os pontos de referência, resolvemos invadir propriedade privada: saltar uns muros, trilhar uns bonitos campos, observar uma família de vacas e vitelinhos, a descansar ao pé de um maravilhoso rio (Caldo) translúcido… Eis que avistamos nova ponte, que talvez fosse a nossa. Toca a sair da propriedade saltando ou pelo muro ou avançando um conjunto de paus desalinhados. Atravessamos a rua e deparamo-nos com o nosso alvo: mais belo do que imaginava. Um aviso, alertava-nos para o perigo de morte, o que despoletou mais adrenalina de curiosidade pelo local.
Por onde descer, era a questão no ar! Eu e Pedro, passamos por baixo dos raids e descemos lateralmente ao rio. Os caminheiros Nela e Ricardo, resolveram experimentar seguir pelas pedras do rio, atravessando por baixo da ponte. Resultado? Todos chegaram ao destino. Mas estes últimos com um “atraso” de quase 10min, até porque o Ricardo estreou-se nas quedas: pelos vistos sentiu o chão por duas vezes…lamento não ter registo fotográfico do sucedido!
O caminho foi realizado, fazendo o que mais gosto: trepando/escalando por pedras e rochas, até ficar extasiada perante a intensidade de tal beleza: a força da queda de água da cascata do Tahiti.
O bikini já estava vestido quando Ricardo e Nela chegaram. Um toque na água, revelou a frescura da sua transparência. Seria a vontade mais forte que o frio da água? Nélia, Ricardo e Nela, alinharam-se perto da pequena mas profunda lagoa, esperando pelo impulso de um louco corajoso. Pensei que seria o macho (?) presente a mostrar as garras… mas não! Teria de ser uma mulher, logo porque esperar mais? Toca a mergulhar e sentir todas as células do corpo a ressuscitarem e os músculos dos braços a contraírem-se rapidamente para regressar ao sol J A verdade é que a água estava um pouco fria, mas soube tão bem, que tive de repetir mais uma vez! Atrás, vieram Nela e por último Ricardo. Pedro?? Alguém tinha de fotografar, hehehee!
Corpo e mente refrescados, nada melhor que aquecermo-nos, deitados no cinzento de sumptuosas rochas com uma paisagem deslumbrante, e aproveitar para atacar os almoços! Diga-se de passagem que desta vez houve bolo de chocolate! Apenas as conversas e gargalhadas, revelavam a nossa presença. Forças retemperadas, nada melhor que voltar a esticar os corpinhos, para serem aquecidos, mais uma vez, pelos quentes raios solares.
Mas mais beleza nos esperava, portanto, por mais que nos custasse, lá nos levantamos, vestimos e dirigimo-nos às outras lagoas que víamos do alto onde estávamos. Mais provas físicas surgiram: rochas para escalar, troncos para ultrapassar e um rio para atravessar. Tudo vencido, mais uma paragem num belo sítio, já com outros transeuntes a desfrutarem da suavidade do local. Não poderia deixar de experimentar a lagoa deste local: confesso que custou mais que na primeira, mas despedi-me do local com mais 2 mini-mergulhos, desta vez sem companhia.
Após um breve lanche, e quando o Sol deixou de aquecer os nosssos corpos, regressamos. De todas as caminhadas realizadas, nunca me custou tanto a voltar ao carro…não só por ter de abandonar tão maravilhoso local, mas porque as forças pareciam que nos tinham abandonado. Subir 2km, pareceu uma tarefa morosa. Até as conversas cessaram temporariamente, como se soubessemos que o simples proferir palavras, poderiam esgotar as forças.
Chegados, finalmente ao carro, abandonamos a simplicidade de tal acolhedora aldeia e direccionamo-nos ao charmoso Desafios bar, para saborear uns gelados e um cachorro (quente), e partilharmos as nossas carícias por belos cavalos.
Mesmo apenas sendo quatro caminheiros, o dia foi recheado de alegria, boa disposição, aventura e cumplicidade. A nossa caloira, portou-se maravilhosamente bem…sem dúvida uma pessoa que me conquistou pela sua simplicidade e simpatia.
Foi um belo Domingo, com cheirinho a Verão num local, sem a menor dúvida, com a paisagem mais bela, com a mais bonita e maior cascata do Gerês. A repetir!!!!
Participantes:
Pedro, Marisa, Ricardo e Nela